JavaScript não suportado

 

UFRPE inaugura biblioteca da UAST e apresenta prédio do restaurante universitário

   

A Administração Superior da Universidade Federal Rural de Pernambuco inaugurou, na última segunda-feira (22/02), a Biblioteca Setorial da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE). Apesar das dificuldades trazidas pela pandemia do Novo Coronavírus, o(a)s gestore(a)s da UFRPE trabalharam não só para se adaptar à nova realidade, mas também para conservar as instalações existentes e seguir com as obras e intervenções necessárias para melhor servir à comunidade universitária.

Criada em 2006, dentro do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas (REUNI), a Unidade de Serra Talhada foi instalada onde funcionava o Centro de Treinamento e Pesquisa em Pequena Irrigação (CTPPI), no coração do sertão do Pajeú. Após 15 anos, possui uma comunidade com cerca de 2800 pessoas entre estudantes, professores , servidores técnicos e terceirizados.

A Biblioteca Vanete Almeida tem 614,60 m2 de área construída contará com um acervo de 23 mil livros, 3 mil títulos, espaço reservado para estudos, sala com computadores, auditório para cerimônias e eventos diversos. O auditório recebeu o nome de Atikun, uma homenagem ao povo indígena que vive no sertão pernambucano. Atualmente são cerca O espaço conta com climatização, palco, saídas de emergência, 335 cadeiras comuns, assentos e espaço para acessibilidade, além de salas de apoio para eventos.

A diretora geral e acadêmica da UAST, Katya Sousa, destacou a importância da história da Instituição até se chegar à biblioteca: "Quando passei no doutorado e cheguei na UAST, não tínhamos ainda uma unidade, mas uma transição do Centro. Hoje, depois de 15 anos, temos uma universidade inaugurando esta nova biblioteca.”

Também  trouxe à tona a dura realidade trazida pela pandemia da Covi-19: “Hoje este prédio deveria estar lotado, mas não está. Esta Biblioteca é um marco para o nosso senso de pertencimento aqui da Unidade. Durante todo esse tempo, construímos casa do estudante, quadra, fábrica de ração, e as pessoas perguntavam: ‘mas e nossa nave espacial?’. Não foi fácil, mas nós conseguimos. Cada autorização, cada etapa foi uma luta e consolidou nosso processo de construção da Unidade e da nossa ligação com ela”, ressaltou.

Professor Moisés Santana, pró-reitor de Extensão e Cultura, trouxe mais sentimento à inauguração. “Fiquei pensando na energia das pessoas envolvidas na realização deste espaço; energia especialmente das mulheres envolvidas para construir este espaço. Este espaço vem para consolidar o tripé de ensino, pesquisa e extensão, e o concreto, as luzes e tudo que nos rodeia é fruto de trabalho, muito dele anônimo. E esta energia é que se consolidará aqui.”

A pró-reitora de Ensino de Graduação, Socorro Oliveira, também se emocionou em seu pronunciamento, lembrando as memórias, afetos, lutas, dificuldades, desafios e esperanças. Para a gestora, o empenho para manter a qualidade na Unidade foi imprescindível para os resultados atuais. “Mesmo não tendo biblioteca, os cursos da unidade tinham notas altas. Nunca nos faltou nada, apesar de ainda não termos este prédio. Toda a equipe da Biblioteaca Central nos ajudou muito durante todo este tempo; agora, com toda esta estrutura só temos a crescer. Desejo, após a pandemia, trazer logo um evento internacional para a UAST.”

Sobre a escolha do nome do prédio, a pró-reitora salientou a honra especialmente à mulher sertaneja, de ter Vanete Almeida como patronesse. “Vanete foi uma batalhadora na educação, nos movimentos sociais e no movimento feminista, especialmente para as mulheres do campo, antes relegadas aos serviços da casa; muitas sequer podiam sentar à mesa tamanha a disparidade que existia. Ela enfrentou as dificuldades e tratou com os homens de igual para igual para não só ganhar o sertão, mas também o mundo. “

A ex-reitora da UFRPE, Maria José de Sena, contou como foi o começo do processo:  “Em 2004, viemos falar com o Prefeito Carlos Evandro, que ficou assustado com a proposta de uma universidade em Serra Talhada. Lembro dos servidores que estavam aqui. Sei que assustamos vocês com nossa invasão aqui no Centro de Pesquisa. Hoje, temos sertanejos e sertanejas saindo da UAST e transformando a região. Quero destacar também que isso não é um trabalho de Maria, Katia, Ronaldo ou Marcelo; é um trabalho de todos, pois sem cada um e cada uma não estaríamos aqui hoje.”

Para a docente destacou, o processo não foi foi fácil. "Eu não acredito que as coisas fáceis tenham o resultado de uma conquista de lutas e dificuldades. Acredito na perseverança e na força de vontade que as coisas aconteçam. Sou movida pela educação e educação é a luta que nós tivemos aqui para construir e transformar esta unidade e esta cidade, principalmente em um país com pouco empenho na educação.

O vice-reitor da UFRPE, Gabriel Rivas, trouxe uma fala de entusiasmo. "Poderíamos estar animados com a construção. A edificação física é visível aos olhos e nos enche de esperança, mas o maior legado é imaterial; é a semente plantada pela universidade. O legado é perceber que não estamos onde estávamos 10 anos atrás e daqui a 10 anos também não estaremos onde estamos hoje.” O gestor ainda destacou o poder transformador da universidade: “Onde muitos veem anarquia, nós vemos um espaço de transformação, de quebra de paradigmas. Não é um caminho fácil o de mudar e questionar, mas ele nos faz crescer. Esse processo de crescimento é libertador e, por isso, buscamos quando plantamos as sementes dos nosso trabalho. Cada um de nós tem a responsabilidade de fazer esta Universidade e criar a imagem que ela tem.”

Ao final, o reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, destacou sua ligação com o Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE. “Quando assumimos em 2012, não tínhamos um sistema de biblioteca, e, na escolha dos gestores, dispusemos da imagem que desejávamos: um espaço vivo, de fala, não um espaço de apenas silêncio. Conseguimos. Nossas bibliotecas são espaços colaborativos, de vivência, de conhecimento.”

O reitor também destacou a relevância de todo o processo, desde sua primeira ida à Unidade. “Quando cheguei na pela primeira vez, na UAST, em 2011, só havia uma pista de barro e os prédios que vocês veem do lado esquerdo. Nada do que temos desse lado direito havia. O esforço de muita gente fez esta Unidade, e a biblioteca foi uma dessas lutas.” Para o gestor, mesmo tendo se chegado a ótimos patamares até agora, eles são novos pontos de partida para se melhorar ainda mais a Universidade. "Estamos de mente aberta, com muito trabalho para reconstruir uma melhor universidade, com serviços que voltarão a funcionar de forma plena após a pandemia que nos assola. Teremos a coragem e a ousadia de mudar e nos reinventar para poder crescer e transformar, pois educação também é isso.”

Professor Marcelo encerrou a solenidade com uma mensagem sobre o poder transformador da educação: “Educação é a ferramenta de desenvolvimento de um país. Todos os países que investiram em ciências, pesquisa e educação cresceram e se desenvolveram. Temos exemplos diversos como Alemanha, Coreia, Japão. Já vemos a transformação aqui na cidade, mas queremos mais. A chegada da universidade propicia mudança de vida. Vimos porteiros de escolas públicas se tornarem professores dessas mesmas escolas. Tivemos, aqui em Serra Talhada, o filho de agricultores que veio apenas com uma muda de roupa, sem dinheiro para voltar para casa estudar na universidade, e, anos depois, terminou um doutorado em São Paulo. O grande desafio é este: construir uma nova universidade após o fim da pandemia, especialmente para aquelas em vulnerabilidade e para as que mais precisam. Que esta biblioteca seja um instrumento de transformação.”, finalizou.

Obras apresentadas

A equipe da Administração Superior apresentou também as obras do Restaurante Universitário (R.U) da UAST, onde foram plantadas mudas de caraibeiras, e dos vestiários para banho próximos às salas de aula. Em homenagem a todos aqueles que passaram pelo Centro de Treinamento e Pesquisa em Pequena Irrigação, foram plantadas mudas de caraibeiras, planta típica da caatinga e do cerrado, que floresce justamente na época dos meses mais secos do ano.

O restaurante é uma demanda antiga da comunidade e, após um processo licitatório, foi iniciada a construção das instalações atuais. Em funcionamento, o local terá a capacidade de alimentar todos os que fazem parte da Unidade em poucas horas.

Severino Mendes, pró-reitor de Gestão Estudantil, afirmou que “o RU é uma das políticas de permanência mais eficazes da UFRPE, pois, sem comer, o estudante não fica na universidade; é uma condição básica entre as mais básicas. Esta é uma conquista importante para a UAST, e vamos agora esperar a pandemia passar para poder receber todos aqui com a qualidade e o acolhimento que fizeram com que o R.U do Recife fosse apelidado de O Melhor R.U do Brasil.”