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[JORNAL DO COMMERCIO] Tecnologia usada para salvar vidas

Colocar a tecnologia a serviço de salvar vidas. Essa foi a missão assumida por empresas do ramo desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao País. Seja aproximando médicos e pacientes de forma gratuita, mapeando ou ajudando a disseminar informações sobre a doença, muito pode ser feito via tecnologia em tempos em que a distância e o isolamento social são as principais armas de combate ao vírus. Em Pernambuco, até ontem, 13.275 casos da doença tinham sido confirmados. Os números já somam 1.047 vidas perdidas para a covid-19. A In Loco, empresa recifense de tecnologia que fornece inteligência a partir de dados de localização, colocou à disposição de Estados e municípios dados do índice de isolamento social, levantados a partir da geolocalização de aparelhos celulares. A plataforma permite mapear a movimentação de pessoas dentro de regiões específicas e medir quais apontam maior distanciamento social, respeitando a privacidade de cada usuário.

“Com a nossa tecnologia, podemos ajudar no combate à disseminação do coronavírus. De forma criptografada e agregada, sem dados que possam identificar diretamente um usuário específico, nosso levantamento permite que os órgãos responsáveis atuem diretamente nas áreas de risco ou mais afetadas pelo vírus”, explica André Ferraz, CEO da In Loco. Dos aparelhos, são coletadas apenas informações de localização. O Mapa Brasileiro da Covid-19 pode ser consultado no site da empresa (inloco.com. br).

Com o apoio de empresas, o Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD) também utiliza dados georreferenciados informados por usuários para identificar pontos de concentração de sintomas da covid-19. Mas o trabalho vai além. O grupo disponibilizou drones ao poder público, que possibilitam mapear e até mesmo medir a temperatura corporal de pessoas a distância, através de infravermelho. Além da câmera térmica, o drone possui um alto-falante, que dispara mensagens quando encontra aglomeração de pessoas.

Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e um dos coordenadores da iniciativa, Jones Albuquerque conta que a estratégia já foi utilizada anteriormente por pesquisadores do Laboratório de Imunopatologia da UFPE (Lika), no combate à epidemia de cólera no Malawi, na África. “É um projeto que existe desde 2014. Já estamos há seis anos testando, por isso a resposta rápida em oferecer essa tecnologia a serviço do combate ao novo coronavírus.”

Entre as ações do IRRD que contam com o uso de tecnologia está ainda o teleatendimento a pacientes com sintomas da doença. Através dos canais, oferecidos por empresas parceiras, é possível tirar dúvidas e consultar médicos voluntários. “A tecnologia está sendo fundamental em diversas frentes. É capaz de unir quem está longe, conectar serviços, como a telemedicina, e também gerar esse apoio, sendo instrumento para os governos e municípios no mapeamento”, observa o professor.

FORMAÇÃO

Como a pandemia avançou muito rapidamente, nem todos os profissionais de saúde estavam preparados, tecnicamente, para fazer os atendimentos de pessoas infectadas. Para atender esse público gratuitamente, a Universidade Maurício de Nassau (Uninassau) bancou o aplicativo Aprenda em Todo Lugar, que traz conteúdos técnicos e científicos. A ferramenta foi criada por um consórcio de três empresas (Pitang, Fábrica de Negócios e Briny).

“Nosso apoio ao desenvolvimento da plataforma vem exatamente do pensamento que podemos e devemos contribuir para facilitar que profissionais de saúde tenham informações, com esclarecimento de dúvidas e o suporte técnico sobre a covid-19. Como instituição de ensino, nossa missão é disseminar o conhecimento e, diante de uma situação nova, ter acesso rápido a estudos, artigos e tudo que possa auxiliar é imprescindível”, destaca o presidente do Grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz.

Para multiplicar iniciativas de inovação com impacto no combate ao novo coronavírus, o Cesar, que é uma das unidades da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), está recebendo projetos relacionados à temática para coinvestir. “Se trata de um modelo de fomento a projetos de inovação, através da rede da Embrapii. Temos oito propostas já em análise para aporte de recursos, mas queremos atrair ainda mais”, afirma Eduardo Peixoto, CBO do Cesar. Os projetos podem ser enviados através do endereço materiais.cesar. org.br/materialembrapii-covid.