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Bacharelado em Agroecologia organiza exposição virtual

O curso de Agroecologia organizou, dentro das propostas de extensão universitária, a exposição virtual Kakundê: bordados, cuidados e territórios tecidos pela agroecologia , em parceria com coletivo Bordando pelo Cuidado. O evento acontece no dia 12/04, a partir das 18h. No mesmo dia, às 15h acontece a aula inaugural do curso.

O bordado e a poesia expandem a alma e os corações, aumentam as resistências e renovam processos educativos com arte, criatividade e cuidados em tempos de pandemia.  A Exposição Bordando pelo Cuidado compartilha bordados e poemas sobre Agroecologia, Cuidados e Território do grupo de bordado coletivo
Bordando pelo Cuidado, criado pelo Bacharelado em Agroecologia, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

O coletivo envolve estudantes, educadoras/es e parceiras, mulheres e homens, que sabiam ou não bordar e escrever poesias. Ao longo deste último ano de pandemia assolando todas as dimensões da existência, a
constituição do grupo se orientou por novas práticas para a expressão educativa e estética, entrelaçando reflexões e aprendizagens a partir do fazer manual. O coletivo surgiu como um projeto de extensão
universitária com o objetivo de realizar atividades educativas sobre bordado livre, criando um ambiente de acolhimento e reflexão sobre a realidade vivida a partir dos temas Agroecologia, Cuidados e
Território.

A ideia foi articular o bordado e a poesia como expressões artísticas que  ajudassem a promover processos de “leitura de mundo”, na perspectiva freireana e posterior interpretação através dos bordados. O bordado também foi testemunho, memória e resistência. Ao mesmo tempo teve potencial educativo e terapêutico como um fazer manual reflexivo e de cura, que buscava a construção de si, do outro e do entorno, como um convite a processos de autoconsciência e resiliência neste momento.

A exposição apresenta um conjunto de peças bordadas individualmente pelas/os componentes do grupo formando um painel tecido coletivo apresentado neste momento, de forma virtual. Os trabalhos desta exposição reiteram as diferentes formas de cuidado desenvolvidos pelo Bacharelado em Agroecologia em tempos de isolamento, apresentando bordados livres e poemas como instrumentos de ressignificação do momento atual.

Chegamos com nosso Kakundê!

Como designar bordados e versos juntados e entrelaçados em um único painel tecido, dispostos às outras pessoas para lhes alcançar e tocar, que contam nossa percepção sobre Agroecologia, Cuidados e Territórios?
Nomear o que ficou visível e palpável em um movimento coletivo de engajamento no cuidado em tempos de pandemia, em territórios distantes e singulares, requereu olhar, sentir e mover-se sem receio por tantos
“nomes” disponíveis.

Iniciamos com uma pequena aventura desencadeada pelo encontro com a palavra Cacundê no Dicionário do Nordeste, de Fred Navarro, que o descreve como “Bordado de fitas ou de tiras de chita aplicadas em tecido, cobrindo um desenho em forma de folhagem. Adorno de roupas (geralmente femininas) composto de tiras de pano bordadas sobre um desenho (especialmente na forma de folhagem) feito no tecido da peça adornada”. A imagem das folhagens bordadas associadas ao som da palavra encantaram e nos envolveu em uma jornada de busca por quais outros significados e grafias teria. Estariam nossos bordados e versos coletivos assim bem representados?

Seguimos com o auxílio do escritor de dicionários Banto, Nei Lopes, e de jovens angolanos e nos deparamos com as línguas portuguesa e kimbundo de matriz banto, com combinações bundo-portuguesa e kikongo-francesa. Assim chegaram as palavras Makonde e Dikonde – e sua variação em kakunde -, o radical Kundi, com significados tão plurais, envolvendo sábios e contadores de história e ainda confidência, amizade e afeição.

Diante da pluralidade de significados oferecidos pelas diferentes línguas, nada se opunha ao nosso movimento de fiar, de solidariedade, de bordar e de fazer versos como uma forma de confidenciar nossas histórias-vivências neste tempo de isolamento social e pandemia, quando merecemos cuidados e um olhar atento aos territórios de vida a partir da agroecologia.

Assim, elegemos Kakundê para nomear nosso painel tecido bordado a muitas mãos juntas. No horizonte, quando voltarmos ao calendário acadêmico presencial, cada peça bordada individualmente será reunida a
uma única peça, onde a costura revele a pluralidade de expressões alcançadas nos diálogos e as condições singulares de cada bordadeira e bordador.

Abertura da exposição

Dia 12 de abril de 2021 - pelo perfil do Instagram
@Bordandopelocuidado, a partir das 18h
Roda de bordados virtual e Aula Inaugural do Bacharelado em
Agroecologia – Dia 12/04, 15h através do Google Meet